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Melles reúne-se com presidente do CNC e discute mobilização de lideranças para debater crise do café no Plenário da Câmara Federal
20/08/2015

Deputados, governos, dirigentes de cooperativas e sindicatos rurais, e representantes dos diversos setores da sociedade vão discutir e apontar as causas e os efeitos da crise no setor cafeeiro do Brasil por erros ou ausência de uma política do governo federal para o setor, em comissão geral sobre o assunto no Plenário da Câmara, em Brasília. Esta semana o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado Carlos Melles, reuniu-se com o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado Silas Brasileiro, discutindo apoio na mobilização de produtores e dirigentes no encontro. Melles conversou ainda com diversos parlamentares, dirigentes de entidades e presidentes de cooperativas e sindicatos, solicitando que todos estejam unidos em torno dessa mobilização em favor de uma política duradouro e sustentável para a cafeicultura nacional.
Os debatedores pedirão neste importante encontro prioridade para o café na pauta do governo, com medidas emergenciais e de médio e longo prazos, que estão reunidas no documento Pacto do Café.
“Não há como eximir o governo da culpa”, disse o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado federal Carlos Melles (DEM-MG), autor do requerimento para a transformação do Plenário da Câmara Federal em comissão geral para discutir café. Conforme ele, a economia cafeeira brasileira, com seu arranjo produtivo reunindo mais de 300 mil produtores - a grande maioria pequenos agricultores, espalhados em 1.800 municípios de 16 estados da Federação, gera cerca de 8 milhões de empregos diretos e indiretos. Melles, que preside o Democratas em Minas Gerais, diz que o estado responde por cerca da metade da safra cafeeira nacional, e a cultura esta presente em cerca de 600 dos 853 municípios.
“A cultura tem extraordinária vitalidade na sua face agrícola, permitindo ao Brasil manter-se como maior produtor mundial. No entanto, esse formidável desempenho produtivo vem sendo comprometido, há vários anos, pela falta de políticas públicas consistentes, situação que se agravou nos últimos anos. Essa irresponsabilidade provocou um prejuízo acumulado de uma safra e meia, trazendo desesperança no campo e na cidade, com milhares de produtores acumulando dívidas e paralisando a economia dos municípios”, explica o deputado.
Na visão de Melles, é preciso recuperar preços e oferecer uma política sustentável para o café, garantindo a competividade de todo o setor (produção, indústria, solúvel, exportação), sem deixar para traz a base de tudo, ou seja, o produtor rural.
“Estamos frente a um grande desafio e precisamos nos unir em torno de um Pacto do Café. Quando milhões de brasileiros de várias centenas de municípios dependem da atividade cafeeira, tanto economicamente e especialmente pela face social, e sendo o Brasil líder isolado na produção mundial do produto, não há como deixarmos essa situação sem resposta, e sem uma solução efetiva”, diz o parlamentar.
A Sessão Plenária da Câmara dos Deputados, transformada em Comissão Geral para debater o tema “Políticas Públicas para o Café”, será no dia 26 de agosto, reunindo representantes do Governo Federal, Governos Estaduais, lideranças dos setores da cafeicultura nacional, instituições representativas do setor, cooperativas de café, sindicatos rurais. “Será um momento extraordinariamente importante para discutirmos as origens desse cenário de crise e a formulação de propostas para uma política sustentável e duradoura para a cafeicultura nacional”, frisa Carlos Melles.
Paulo H. Delfante