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Melles em discurso na Câmara faz alerta no Dia Internacional do Café

14/04/2016

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Presidente da Frente Parlamentar do Café, o deputado federal Carlos Melles (DEM-MG), fez discurso na tarde desta quinta-feira, 14/4, em comemoração ao Dia Internacional do Café, celebrado nesta data. “Hoje comemoramos o Dia Internacional do Café, e como já tornamos público nesta Casa, a cafeicultura continua vivendo hoje as conseqüências de erros que se têm repetido ao longo de décadas e de séculos. Erros pelos quais, mais uma vez, o Brasil e o mundo enfrentam uma nova velha crise do café”, destacou o parlamentar mineiro.

 

Melles lembrou que o Brasil “lidera a produção mundial de café, somos também o segundo maior pais consumidor, mas por descaso do Governo Federal – que apesar dos permanentes e públicos alertas e propostas dos setores da cadeia da cafeicultura, vira as costas para o setor cafeeiro. A realidade triste é que o Brasil, líder mundial de produção, precisava liderar também a política mundial do setor”.

 

Carlos Melles chamou a atenção para a importância do café como fator gerador de emprego e renda, e pela rapidez de resposta que o setor rural poder dar ao país neste momento difícil na economia e conclamou a todos a somarem seu melhor esforço em torno de um “Pacto em favor do Café”.

 

Redes sociais – Além do discurso na Câmara dos Deputados, o deputado postou nas redes sociais mensagem comemorativa ao Dia do Café.

 

Confira abaixo a íntegra do discurso do presidente da Frente Parlamentar do Café.

 

 

Discurso do Senhor Deputado Federal Carlos Melles, presidente da Frente Parlamentar Mista do Café, por ocasião do Dia Internacional do Café. Câmara dos Deputados, Brasília, 14 de abril de 2016.

 

 

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados.

 

Hoje comemoramos o Dia Internacional do Café, e como já tornamos público nesta Casa, a cafeicultura continua vivendo hoje as conseqüências de erros que se têm repetido ao longo de décadas e de séculos. Erros pelos quais, mais uma vez, o Brasil e o mundo enfrentam uma nova velha crise do café.

 

O café é um extraordinário fator gerador de emprego e renda, portanto, é ainda um produto que tem importante significado econômico e uma face humana muito importante.

 

É sempre bom repetir que no Brasil, Senhores e Senhoras parlamentares, o café emprega mais de 8 milhões de pessoas de forma direta e indireta, sendo a principal atividade econômica de nada menos que 1800 municípios, presente de em dezenas de milhares de propriedades, a grande maioria pequenos e médicos produtores.  

 

Somos o país que lidera a produção mundial do produto, somos também o segundo maior pais consumidor, mas por descaso do Governo Federal – que apesar dos permanentes e públicos alertas e propostas dos setores da cadeia da cafeicultura, vira as costas para o setor cafeeiro. A realidade triste é que o Brasil, líder mundial de produção, precisava liderar também a política mundial do setor.

 

Com a crise política, econômica e de confiança que vivemos hoje no país, temos números assustadores de uma espiral recessiva sem precedentes. Temos um processo inflacionário, uma retração forte nas atividades econômicas, e um país com mais de 9 milhões de pessoas desempregadas.

 

Parlamentares, todos sabemos que a agricultura, e ai o café se insere de forma formidável, é o setor da economia que mais rapidamente responde a qualquer política governamental.

 

Estímulos como abertura de linhas de crédito com taxas de juros adequadas garantias de preços mínimos de controle as práticas desleais de comércio internacional podem gerar efeitos muito positivos em poucos meses, produzindo a elevação da produção agrícola, da renda nacional e do nível de emprego, com resultados concretos e socialmente justos.

 

Neste Dia Internacional do Café, que é um Dia muito especial para toda a cafeicultura brasileira, reafirmamos em nome dos 240 Senadores e Deputados da Frente Parlamentar do Café, que uma política de desenvolvimento realista, com condições de vida aceitáveis, deve priorizar o desenvolvimento do interior brasileiro, de modo a se fixar o trabalhador nos seus locais de origem.

 

Tal estratégia, além de contribuir para a descontração do desenvolvimento e melhor distribuição de renda, geraria grande economia de recursos que, em volume crescente, são absorvidos pelas grandes metrópoles para mantê-las viáveis.

 

A cafeicultura brasileira, como disse há pouco presente em quase 2 mil municípios brasileiros, assim como a agricultura como um todo, tem um papel estratégico no processo de desenvolvimento econômico. É importante reafirmar isto, porque parece que o Governo, como também parte dos estudiosos do crescimento econômico estão esquecendo ou relevando esta contribuição. A ideia reinante é que o crescimento da economia decorre apenas dos investimentos no setor industrial e no de serviços.

 

É importante enfatizar este papel crucial da agricultura na melhoria da distribuição de renda. Não exige segmento econômico, além da agricultura, capaz de contribuir de forma tão intensa para a melhoria da distribuição de renda, beneficiando principalmente a parcela mais pobre da população.

 

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, concluindo quero afirmar que o país precisa retomar, rapidamente, um novo estágio econômico e nenhum setor responde tão agilmente como o agropecuário quando medidas adequadas são tomadas, e reafirmo, para centenas de municípios a cafeicultura aguarda há anos uma política consistente.

 

Não foi por falta de propostas viáveis. Há poucos meses apresentamos formalmente nesta Casa, durante Comissão Geral, o Pacto do Café, com medidas eficientes e eficazes para uma política sustentável e duradoura para a cafeicultura brasileira. Como sempre, não fomos ouvidos pela Ministra da Agricultura Katia Abreu, não fomos ouvidos pela Presidente Dilma.

 

Temos um cenário econômico sombrio que se vislumbra para os próximos anos, bem como com a constatação de que faltam instrumentos adequados para fazer face às demandas do setor cafeeiro, com os elementos que sustentam as medidas propostas no Pacto do Café. Tais medidas que o setor propõe buscam assegurar renda mínima aos cafeicultores e reduzir a instabilidade do mercado de café, com amplos benefícios a todo o agronegócio café brasileiro.

 

Como se observará no documento, as medidas propostas não são suficientes em si mesmas. Ao contrário, uma vez adotadas, exigem providências complementares, essenciais à sua efetividade, como o levantamento sistemático de informações confiáveis e tempestivas a respeito do mercado doméstico e mundial de café.

 

Como presidente da Frente Parlamentar do Café, nosso objetivo com o Pacto do Café foi o de interpretar o anseio dos segmentos da cadeia café, formada pela produção, indústria, solúvel e exportação, formatando um documento que tenha consequências práticas para a cafeicultura, sobretudo visando a sustentabilidade econômica, social e ambiental da Cafeicultura Brasileira.

 

Neste Dia Internacional do Café, conclamo todos a somarem seu melhor esforço em torno de um “Pacto em favor do Café”.

 

Muito obrigado,

 

 

Deputado Federal Carlos Melles

Presidente da Frente Parlamentar do Café