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Comissão aprova proposta de Melles para fiscalizar Grupo JBS

01/06/2017

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 “Há muito o que ser analisado, sobretudo os benefícios conseguidos pelo grupo em sua delação premiada”, destacou Melles.

A Comissão de Fiscalização e Controle (CFT) aprovou nesta quarta-feira (31) o relatório prévio do deputado Carlos Melles (MG), para a Proposta de Fiscalização e Controle (PFC 117/2017) que vai fiscalizar eventuais irregularidades praticadas pelo Grupo J&F, ou por empresas deste grupo, nos mercados financeiro e de capitais nacionais. “Há muito o que ser analisado, sobretudo os benefícios conseguidos pelo grupo em sua delação premiada”, destacou Melles.
O parlamentar mineiro ressaltou o fato da PFC contar com o apoio de todas as lideranças partidárias. “O país está estarrecido com as vantagens concedidas aos gestores do grupo e todos nós queremos passar essa história a limpo”, afirmou. Melles acha que o Ministério Público (MP) e Procuradoria Geral da República (PGR) foram “inocentes” ao oferecer tantas “regalias” ao grupo em sua delação. “O MP e a PGR foram até pueris ao estabelecerem esses termos”, apontou. “Foram envolvidos por essas pessoas”, ponderou.
O deputado Pauderney Avelino (AM) lembrou que, além das vantagens do acordo, o grupo lucrou com a própria delação. “Mediante uso de informações privilegiadas, sabedores do escândalo prestes a estourar e das consequências que ele traria aos mercados, resolveram lucrar com a própria desonestidade”, criticou. “Compraram moeda estrangeira e venderam ações da JBS pouco antes do caso vazar. Se já eram criminosos confessos, a se confirmar referidas operações no mercado financeiro, passam a ser bandidos reincidentes”, apontou.
Já o líder do Democratas na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), um dos idealizadores da proposta, frisou que não se trata questionar os fatos delatados, mas, sim, os benefícios que foram concedidos. “O que a sociedade questionou e rechaçou foi como uma empresa pode ter se aproveitado do caos que causou para sair do Brasil, viver com o perdão judicial e ainda enriquecer às custas dos danos que provocou”, justificou.
Efraim falou ainda sobre os possíveis desdobramentos da PFC. “Identificada a prática de crimes, comprovada por meio de depoimentos e documentos, poderá ser formalizada a denúncia, culminando, inclusive, na extradição dos irmãos Batista”, assegurou. O deputado José Carlos Aleluia (BA), inclusive já formalizou esse pedido ao Itamaraty.
O acordo de leniência, que foi feito com a holding J&F, também foi alvo de críticas. Pelo acordo, a empresa terá que pagar uma multa de R$ 10,3 bilhões ao longo de 25 anos. “Um prazo tão elástico assim não é multa é securitização”, ironizou Melles. “Ficou muito barato para uma empresa que recebeu bilhões de dinheiro público ao longo dos anos e criou um verdadeiro monopólio no setor”, acrescentou.

 

 

Fonte: ASSCOM/Democratas